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Chineses trocam aluguel por estadias prolongadas em hotéis diante da crise imobiliária

Jovens adultos estão entre os adeptos da tendência, que promete mais conforto, segurança e praticidade





Dreamstime / Paisagem urbana de Pequim, China
Dreamstime / Paisagem urbana de Pequim, China

O alto custo da moradia e as dificuldades do mercado imobiliário têm levado um número crescente de chineses a trocar os tradicionais contratos de aluguel por estadias prolongadas em hotéis. A tendência, que ganha força especialmente entre jovens adultos, está transformando o setor hoteleiro em grandes cidades e pressionando o já aquecido mercado de locação residencial na China.


De acordo com dados da plataforma de viagens Qunar, as reservas de longa duração, superiores a um mês aumentaram 2,5 vezes entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, em comparação com o mesmo período de 2019. A maior parte desse crescimento veio de pessoas entre 25 e 30 anos, que buscam alternativas mais práticas e financeiramente viáveis frente ao custo elevado dos aluguéis.


O custo médio mensal de uma estadia prolongada em hotel gira em torno de 2.700 yuans (aproximadamente R$ 2 mil), valor que geralmente inclui contas de água, luz, internet e, em alguns casos, serviços como limpeza e acesso à academia. A comodidade e a previsibilidade dos gastos têm atraído jovens que priorizam flexibilidade e mobilidade nas grandes metrópoles.


O fenômeno também reflete um cenário mais amplo de instabilidade no setor imobiliário chinês, que enfrenta queda nos preços, excesso de oferta e desconfiança dos consumidores. Enquanto o governo tenta conter os efeitos da bolha no mercado, os hotéis passam a ocupar um novo papel no cotidiano urbano, funcionando como moradia temporária para uma geração em busca de alternativas acessíveis.

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